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Campo Grande, terça-feira, 28 de maio de 2024.

chefe dançou!

A noite em que o repórter quase matou o chefe da equipe esportiva de uma das rádios, de pura “raiva”

Por Gilson Giordano em 16/05/2024 às 15:23

Esse era na verdade o “quadro” em todas as viagens ou em todos os horários, na antiga Estação Ferroviária (Foto: google)

Bons e inesquecíveis tempos, quando o futebol do Estado era, digamos mais disputado ou talvez mais “acirrados”, entre os times da Capital e do interior de MS.

Quando o jogo era em Corumbá, nossa, era um “auê” danado! Pois todos os integrantes das equipes queriam ir.

Na época, o trem de passageiros da NOB, ainda existia, fazendo também a linha de Campo Grande à Corumbá e a viagem, era uma festa, no bom sentido.

Integrantes das três emissoras que transmitiam o futebol, disputavam quase que a “tapas” (força de expressão) pra ver quem acompanharia a delegação, de um dos representantes da Capital, à Cidade Branca.

Tal como o número de rádios, também eram três as equipes: Operário, Comercial e Taveirópolis, sendo que esse último, normalmente quem acompanhava a delegação, no máximo era um repórter que fazia a “ponta”.

O trem de passageiro, partida da estação ferroviária, às 21h, impreterivelmente, quando era anunciado através do alto faltante a seguinte mensagem: “Atenção senhor condutor do trem de prefixo (falava o número), com destino à Corumbá, pode partir!”

Ao ouvir a mensagem, o maquinista já com o trem funcionando, dava um sonoro apito e a máquina lentamente ia deixando a plataforma principal e à medida em que ia se distanciando, ia ganhando também mais velocidade.

Nem bem a locomotiva entrava em movimento, todo mundo corria para o vagão do restaurante para se deliciar do famoso bife à cavalo e degustar a cerveja gelada à base de barras e mais barras de gelo. Mas, claro que valia e muito à pena!

Em um dos saudáveis jogos disputados na Cidade Branca, minha querida terra natal Corumbá, em um fim de semana estava previsto o “jogão” de bola entre os times do Corumbaense x Operário, jogo esse que era sinônimo de casa cheia no velho estádio Arthur Marinho, onde os torcedores locais faziam uma grande e ruidosa festa. Indescritível!

Nessa saudosa e inesquecível época, o chefe de equipe e também narrador de uma das rádios (não citarei o nome, porque o pessoal leva pelo lado errado e depois falar em processar e eu já cansei de responder processos), na estação ferroviária, ao lado da esposa que foi leva-lo, claro que, antes do embarque, chamou o repórter da sua equipe a quem deu o ticket válido pra uma cabine dupla, ou seja, a que tinha duas camas, tipo beliche: uma em cima e a outra em baixo.

O repórter, um rapaz extremamente sério, de poucas palavras, pegou o ticket e se encaminhou para ficar próximo ao vagão determinado pelo pequeno documento.

Mas ele, bem como ninguém, não sabia que o chefe da equipe estava com “mutreta”, pois na verdade o mesmo estava levando uma “namorada”. Até ai, tudo bem!

Às 21h em ponto, através do alto falante, foi autorizada a partida do trem e como sempre, aquela correria por parte da maioria, mas o repórter já estava devidamente deitado confortavelmente em sua cabine, pois na verdade, o mesmo trabalharia no dia seguinte, naquele importantíssimo jogo.

Rapidamente, o narrador, se despediu da sua esposa e aos passos largos, quase que correndo embarcou em um dos carros e antes de o trem passar pelos Quarteis, na altura do Aeroporto, o narrador finalmente encontrou com a “namorada” e foi aquela alegria!

Antes mesmo da primeira parada da locomotiva, no antigo Frigorifico Bordon, o narrador de mãos dadas com a namorada foi à cabine dupla que ele havia, na frente da esposa, dado ao repórter.

Na porta da cabine, o casal super ansioso, afinal ficaria a sós, o narrador bateu na mesma e o reportes já devidamente trajado com pijama, daqueles listrados, abriu e com cara de sono, perguntou o que o “chefe” da equipe queria.

“Pois não, o que você quer? Perguntou o repórter.

E o chefe da equipe respondeu:

“Vim aqui pra trocar de cabine com você, que vai simples e nós (ele e a namorada) vamos nessa”.

E o repórter de pronto respondeu:

Negativo! Lá (na estação), na frente da sua mulher, você me deu essa cabine. Agora se você quer fazer as suas sacanagens, vai na cabine simples. Agora dá licença que eu vou dormir, pois amanhã tenho que trabalhar”. Dito isso, ele fechou a porta da cabine, quase matando de raiva o chefe da equipe, que engoliu a seco, pois não pode falar nada!

A saída encontrada foi o mesmo pagar a diferença existente entre os preços no percurso da viagem, para poder viver talvez, os momentos felizes com a namorada. Mas à essa altura, não se sabe se de fato os momentos foram mesmos felizes ou se o” chefe” curtiu a terrível raiva até chegar à Corumbá.

História tal como essa, que hoje em dia, não existe mais, no entanto a mesma dá muita saudade para quem vivenciou esses lindos momentos no futebol e de quebra nas viagens de trem para Corumbá, tal como eu!

   

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