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Campo Grande, quarta-feira, 16 de outubro de 2024.

no túnel do tempo

“Baixaria” entre candidatos no debate da TV Cultura, em SP, me faz lembrar do caso “Neófito”, contado pelo jornalista Roberto Costa

Por Gilson Giordano em 16/09/2024 às 16:14

Caso acontecido ainda em 1.982 despertou gostosas gargalhadas nos assistentes que acompanhavam a Sessão Ordinária (Foto: Google)

Em pleno século XXI, a baixaria proporcionada pelos candidatos ao cargo de Prefeito da maior cidade do país, São Paulo, entre Pablo Marçal e pelo apresentador da TV Bandeirante, José Luiz Datena, do PSDB, me remete ao ano de 1.982, ainda no século XX, quando de fato, as agressões naquela época, eram possíveis.

Nos dias de hoje, devido ao avanço da tecnologia, teoricamente da melhor qualidade cultural entre os candidatos, não se admite mais tal fato, ainda mais quando o mesmo está sendo transmitido ao vivo, tal como foi através da TV Cultura que realizava o tal do debate, que certamente ficará conhecido como da “baixaria”.

Mas deixemos esse caso recente, que houve a tentativa de agressão com uma “cadeirada” do candidato do PSDB, ao adversário e voltemos ao longínquo ano de 1.982, quando os pleitos eleitorais eram ainda realizado no dia 15 de novembro.

Essa me foi contada pelo colega, ótimo jornalista e radialista Roberto Costa, que aliás, faz bom tempo que não nós falamos e por isso, não sei por onde o mesmo anda.

Qual foi o caso

Poço de sabedoria e com o dom da informação, além da sua longa vivência no mundo da política do Estado, antes uno Mato Grosso e agora Mato Grosso do Sul e na ocasião, ele Roberto Costa e eu, trabalhávamos fazendo rádio na campanha da então candidata Marisa Serrano, à governadora do Estado de MS.

Entre uma folga e outra, o meu amigo e colega Roberto Costa, me contou essa e claro, que nunca mais esqueci e a mesma, veio a calhar justamente nesse dia 15 de setembro de 2.024. Esse caso contado pelo Roberto, aconteceu, há exatos 42 anos e o mesmo foi registrado na cidade de Dourados, localizada na região sul do Estado e distante da Capital de MS, a 220 quilômetros.

Segundo Roberto Costa, a confusão aconteceu logo na 1ª reunião da Sessão Ordinária, na Câmara Municipal daquela cidade.

Como sempre, não apenas na política, mas nela principalmente, sempre tem os novatos tal como sempre tem os “profissionais”, já vividos e com muita experiência.

Entre os “vivaldinos”, tinha um dos vereadores eleitos, integrante no time dos chamados “profissionais” da política, que discursava no Plenário, onde ele dava boas-vindas aos colegas, principalmente aos chamados “marinheiros de primeira viagem”, aqueles que estavam eleitos pela primeira vez.

Naquela época, isso em 1.982, eu acho que a Câmara de Vereadores de Dourados, era composta por 15 edis.

E o dito Vereador, de forma eloquente, citava os nomes dos demais “colegas (dele, claro) a quem dava boas vindas, mas antes da citação do nome, o mesmo sempre arrumava um adjetivo para enfeitar ainda mais os votos de boas-vindas.

Pau quebrou

Mas normalmente, os novatos, ou seja, os chamados de “primeira viagem”, formam as suas equipes com pessoas com um pouco mais de conhecimentos político para não ficar totalmente “cru” entre as “feras”.

Entre os 15 Vereadores eleitos, muitos novatos mesmo, “marinheiro de primeira viagem”, mas um deles, tratou de contratar o Chefe de Gabinete, que já conhecia os meandros da política, pois o mesmo já havia trabalhado para outros Vereadores no passado.

Pois bem, durante o discurso no Plenário, o Vereador vivido e canchado na política, anunciou esse novato pelo nome – confesso que não me recordo – e logo após dar ótimas vindas ao novo colega a quem não poupou de elogios, e entre os adjetivos o mesmo disse:

“Desejo ao meu novo colega, o vereador (citou o nome do mesmo) e com ele, a população será muito bem atendida, através dos Projetos de Leis, para o crescimento e o desenvolvimento da nossa cidade e para encerrar ele disse:

“(citou o nome) Mesmo você sendo um NEÓFITO na política, te desejo boas vindas”.

Claro que, quem acompanhava a Sessão Ordinária, ao ver a confusão formada devido ao uso de um adjetivo, caiu na gargalhada (Foto:Ilustração)

Nesse meio tempo, o Chefe de Gabinete, o que era “escolado”, chegou ao vereador que estava recebendo os elogios e os votos de boas chegadas e cochichou no ouvido dele:

“O senhor viu o que ele te chamou?”

E o Vereador novato disse: “Não! Me chamou de que?”

E o Chefe de Gabinete: “De NEÓFITO!

Vereador: “O que é isso?”

Chefe de Gabinete: “Quer dizer que o senhor é um gay, (mas na ocasião ainda não falava gay e sim outro adjetivo) e se eu fosse o senhor pedia um a um aparte e respondia pra ele.

Dito e feito!

O Vereador novato pediu o aparte e foi prontamente atendido e ao usar o Plenário, o mesmo não perdoou e mandou ver:

“Primeiro Vereador (e falou o nome do mesmo), gay (ousando o outro adjetivo) deve ser seu pai, seu irmão, alguém da sua família e você me respeita, porque você não me conhece” e xingou com vontade o seu interlocutor: “seu filho disso, filho daquilo e mais aquilo, quero que você vá pra aquele lugar e se quiser brigar, estou pronto pra sair na porrada agora com você seu isso, seu aquilo”.

Ao lado, o vereador que discursava, ficou pasmo, olhando de forma inacreditável, sem entender nada.

Claro que a confusão foi logo contornada pela turma do “deixa disso” e por isso, não houve o golpe da cadeirada.

Afinal, o que significa o “palavrão” – pra quem não sabe, NEÓFITO?

NEÓFITO: usado no sentido figurado para designar um novato ou principiante, em novo cargo ou nova função. 

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