Com o fim de semana, aumentam as preocupações dos moradores dos residenciais “invadidos por pipeiros”

A pipa é o troféu de cobiça por parte dos pipeiros, que desrespeitam a todos e desafiam as autoridades nos fins de semana (Foto: Campo Grande News)

Foi-se o tempo em que soltar pipa, papagaio ou pandorga era brincadeira de criança. Ultimamente essa atividade de lazer está se tornando um acaso de polícia, sendo que, em vários casos, até mesmo com a intervenção do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para socorrer os feridos.

Os casos são recorrentes, tanto na área policial, bem como na saúde. Num passado recente, dezenas de motociclistas tiveram seus pescoços cortados com a linha com cerol. Fato esse que despertou uma maior fiscalização por parte da Polícia Militar que, durante bom tempo, realizou uma rígida fiscalização nos comércios que vendiam a tal linha devidamente preparada.

Se nas estatísticas diminuiu o número de motociclistas feridos pela linha com cerol, o mesmo não se pode falar das queixas ou registros policiais feitos por moradores de vários bairros da Capital e, entre eles, na região do Anhanduizinho.

O caso mais recente aconteceu nesta sexta-feira (16), no Residencial Ramez Tebet, no bairro Centro-Oeste, localizado na região do Anhanduizinho, onde um menino de 11 anos acabou sendo eletrocutado quando soltava pipa na Rua Olívio Lima, próximo ao cruzamento com a Amadeu Ferreira da Rocha.

Conforme as informações, o menino identificado pelo prenome de Alefer, ao invés de usar as tradicionais linhas para pipa, optou por usar um pedaço de arame e o mesmo acabou encostando-se em um fio de alta tensão, sofrendo uma descarga elétrica. Com o impacto do choque, o garoto foi arremessado, já caindo desmaiado.

Ele mesmo foi encaminhado pelo SAMU para a Santa Casa, onde se encontra ainda internado, em observação na ala vermelha.

MAIS CASOS

Recentemente no Jardim Paulo Coelho Machado, também localizado no bairro Centro-Oeste, os moradores, indignados com a ação dos agora chamados de “pipeiros”, que não respeitam nada e ninguém, solicitaram ajuda à Polícia Militar, pois, nos fins de semana, eles se reúnem e disputam as pipas e, conforme algumas vão caindo, saem correndo atrás e, para conseguir apanhá-las, pois a mesma é como um prêmio, eles pulam muro, grades, invadem casas, sendo que os proprietários não podem abordá-los, porque são ameaçados.

A Polícia Militar ficou de “montar” uma guarda especial no local nesse fim de semana para evitar a costumeira aglomeração.

OUTRO PONTO

Em outra localidade, também na região do Anhanduizinho, na “entrada principal” do Residencial Iracy Coelho Neto, no bairro Centenário, em uma área de aproximadamente 400 metros quadrados, localizada ao lado da Unidade Básica de Saúde Familiar (UBSF) Dr Mauro Rogério de Barros Wanderley, na Rua Santa Quitéria com a Águas da Prata, o desmando também é total.

Nos fins de semana a reunião é em torno de aproximadamente 300 adolescentes que, conforme as informações, vêm dos bairros Dom Antônio Barbosa e do Parque do Sol, fazendo uma verdadeira “invasão” no local citado, onde eles, além das “disputas” pelas pipas, também fazem o uso dos mais diversos tipos de drogas, notadamente a maconha, e bebida alcoólica, de preferência catuaba.

TIROS

Domingo (10), por volta das 17h, o que era previsto acabou acontecendo, pois, devido a um desentendimento entre eles, acabou gerando uma discussão, em seguida uma briga e, por fim, uma tentativa de homicídio, quando um dos envolvidos desferiu dois tiros no seu oponente, sendo que, ainda conforme as informações, um tiro acertou no tórax e o outro no abdômen.

O caso teria sido atendido pelo policiamento do Choque, no entanto, não foi. No Comando da Polícia Militar não tem o registro do acontecimento.