redacao@gritoregional.com.br     (67) 9 8175-8904

Tudo sobre a região do Anhanduizinho

Tudo sobre a região do Anhanduizinho

           

Campo Grande, domingo, 03 de março de 2024.

brasil x paraguai

Durante jogo amistoso, casais de quero-quero, colocam goleiro Taffarel, da seleção brasileira pra correr em pleno Morenão

Por Gilson Giordano em 28/02/2024 às 15:33

Quem diria que o estádio Morenão, em noite de festa e completamente lotado, recebeu jogo amistoso entre Brasil e Paraguai (Google)

Prestes a completar neste dia 7 de março, 53 anos de existência, o estádio Pedro Pedrossian, conhecido e chamado carinhosamente por todos de “Morenão”, apesar do estado de abandono vivido ultimamente, guarda em meio à sua velha, mas firme estrutura, centenas de histórias registradas em jogos de futebol nele disputados.

Uma das ricas histórias registradas no estádio Morenão, completou nesta terça-feira (27), 33 anos e claro que, muitos já se esqueceram, sendo que a chamada nova geração, nem vivenciou esse fato e eu estou aqui, para contar parte desses momentos inesquecíveis vividos naquele que já foi chamado – não sei se ainda o é – como o maior Estádio de Futebol Universitário da América Latina.

Como se sabe, a América Latina é formado por 20 países: Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

Para tanto, de novo, entrarei no túnel do tempo!

Seleção brasileira

Em 1.991, a seleção brasileira, então dirigida pelo técnico Paulo Roberto Falcão, que havia substituído Sebastião Lazaroni, após a péssima participação na Copa do Mundo de 1.990, disputada na Itália, realizou uma partida amistosa, contra a seleção do Paraguai, no Morenão.

Novato à frente do espinhoso cargo, Falcão teve a brilhante ideia de, no primeiro momento, fazer o tal “laboratório”, para avaliar as qualidades técnicas dos jogadores que nunca haviam sido convocados para integrarem o selecionado.

Festa

Na ocasião, em 1.991, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), era dirigida pelo então presidente Ricardo Teixeira que, atendendo ao pedido de Francisco Cezário, presidente da FFMS, confirmou o jogo amistoso na Capital de MS e a partir de então, o anuncio se tornou motivo para comemoração, afinal, a seleção brasileira, sob o comando do novo técnico, Paulo Roberto Falcão, jogaria no Morenão, apresentando a gama de craques do futebol brasileiro, e como “laboratório” preparando a futura seleção braseira com vistas ao mundial de 1.994.

Mesmo o Morenão comportando, público de 40 mil pessoas, há quem diga que tinha muito mais, pois tinha gente saindo pelo “ladrão”.

Fatos  

No entanto, a passagem da Seleção do Brasil, pelo gramado do Morenão, deixou três fatos inesquecíveis, dos quais, um deles, o último pela ordem cronológica, foi até matéria nacional, no canal detentor dos direitos de transmissões da seleção.

Ainda no aeroporto

O primeiro deles, foi logo registrado ainda no saguão do Aeroporto Internacional, agora denominado como Ueze Elias Zahran e protagonizado pela delegação da seleção do Paraguai.

Como se sabe, existe um protocolo da Organização Mundial da Saúde (OMS) que exige em todos os voos internacionais, a Carteirinha de Vacinação e sem a mesma, o desembarque se torna impossível.

Não se sabe o porquê, mas vários jogadores do selecionado portenho, não tinham tal documento e sem eles, os mesmos foram proibidos de deixarem as dependências do aeroporto.

Foi um Deus nos acuda! Corre pra cá, vai pra lá, fala com um, com outro e nada… Revoltados, integrantes da delegação portenha queria de imediato voltar para Assunção.

Confesso que não sei, pois tive que voltar para a redação do Jornal Diário da Serra, onde eu trabalhava pra fazer a matéria e com isso, não sei quem foi que chamou pra si a responsabilidade, se foi o Secretário Municipal ou de Estado de Saúde da época e liberou a entrada de todos no país, através de Campo Grande.

Ufa, problema solucionado!

Paraquedista

O segundo fato, aconteceu no dia do jogo, pois naquela época quando ainda existiam jogos no Morenão, mas que hoje por descaso das autoridades está fechado e abandonado, era comum as mais diversas apresentações e ainda mais em se tratando de um dia todo especial, um jogo amistoso Internacional, da Seleção do Brasil, diante do Paraguai.

Na programação, constava saltos de paraquedistas, no entanto, não se sabe se foi erro de cálculo ou o vento forte, mas um dos integrantes da equipe, ao saltar, acabou caindo na rede de alta tensão e teve queimaduras gravíssimas, mas socorrido a tempo, acabou sendo salvo e talvez ainda hoje o mesmo pode ou deve ter as cicatrizes como sequelas do salto mal sucedido.

3º fato

Como o terceiro fato, mas o segundo deles registrado naquela longínqua noite de 27 de fevereiro de 1.991, acabou se tornando o mais “engraçado” e serviu pra a exibição nos programas esportivos da tv detentora dos direitos de transmissão dos jogos da seleção brasileira.

No segundo tempo da partida, o goleiro Taffarel, com a virada de campo, passou a defender o gol que dava às vistas ao antigo auto cine e próximo ao também antigo fosso, havia ninhos dos pássaros chamados quero-quero, que estavam com novos “filhotes” e como se sabe, esse tipo de pássaro possui um esporão no encontro das asas, semelhante à espora de um galo, que também pode ser utilizado contra possíveis predadores.

 Com isso, nas primeiras tentativas do goleiro Taffarel apanhar a bola que caia perto dos ninhos, os pássaros quero-quero voavam atrás do goleiro e este em desabalada carreira, claro que fugia e esse lance aconteceu umas três vezes e por fim o goleiro desistiu e deixou por conta dos gandulas, o exercício das suas atividades, que eram as de apanhar a bola quando a mesma saia do campo.

O lance do goleiro Taffarel em desabalada carreira e os quero-quero voando atrás dele, foi com certeza muito divertido.

O jogo terminou empatado por um gol, sendo que Neto, de pênalti marcou para o Brasil, enquanto que Jorge Guasch, empatou para o Paraguai e foi dirigido pelo árbitro Wilson Carlos dos Santos.

O público estimado pela Polícia Militar-MS, foi de 50 mil pessoas e na ocasião, a seleção brasileira, dirigida pelo técnico Paulo Roberto Falcão jogou com:

Taffarel; Cafu, Gil Baiano, Paulão, Adílson, e Leonardo; Moacir, (Donizete), Cuca, (Mazinho Oliveira) e Neto; Charles (Maurício) e João Paulo (Careca Bianchezzi).

PARAGUAI: Julian Coronel, Teófilo Barrios, César Zabala, Catalino Rivarola e Silvio Suarez; Fermin Balbuena, Jorge Guasch (Héctor Martinez), Luis Alberto Monzon e Carlos Alberto Guirland (Roberto Barreto)’; Adriano Samaniego (Virgilio Ferreira) e Gabriel Gonzalez. Técnico: Carlos Kiese.

0 Comentários

Deixe o seu comentário!





Exibir botões
Esconder botões